Obviamente que se estivesse na base da pirâmide de Maslow em todas as necessidades não iria estar a por em causa o mundo, o sentido da vida ou o vazio emocional... o que è certo è que também isto mata como a fome...
Tal como a fome, o vazio emocional ou a falta de sentido na vida è tão latejante que nos consome toda a atenção e não nos permite seguir em frente... se è que este conceito é real.
É certo que nunca tive fome ao ponto de definhar pela necessidade... mas já tive um vazio que por mais que coma, este mantém-se fiel ao seu nome... vazio.
Preciso de uma epifania... não precisa de vir em cama de pontas de espargos ou acompanhada de espuma de ostra... precisa de fazer e dar sentido. Não precisa de sair de um programa da Oprah com os seus ahah moments... precisa de sair de um interior que oiço dizer que tenho.
Tenho ideia que estou velho pra uma crise existencial e julgo que ainda sou novo para uma crise de meia idade... isto deve ser outra coisa...
Talvez esteja demasiadamente alerta para as minhas necessidades e pouco consciente das minhas conquistas... talvez tenha falta de uma espiritualidade que ainda não conheço... talvez... talvez...
O mundo que me circunda é percepcionado como um filme mudo a preto e branco, que ainda que mudo, é ensurdecedor... insuportavelmente desinteressante e eu apenas assisto ou evito assistir já que é absorvido como um agente corrosivo a agir sobre o buraco do vazio.
Preciso de uma epifania e não sei onde a ir buscar...
Dentro de mim seria a resposta mais óbvia e bonita... mas onde está esse interior? Como o encontro? Não vem no Google Maps...
Seria uma Lapalissade dizer que estar morto é o contrário de estar vivo se não se pudesse estar morto enquanto se está vivo... talvez seja apenas uma coma induzido pela incapacidade de suportar a dor e Lapalisse estaria certo...
São vidas... mortas... e à espera da epifania.
Beijos vários,
PM